sexta-feira, 28 de setembro de 2012

RENOVAÇÃO NA VIDA DIÁRIA
do cristão e da Igreja
"Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida. " Habacuque 3: 2
Atos 4: 23-31
INTRODUÇÃO
A igreja que deseja crescer deve colocar-se sob a total direção do Espírito Santo. A igreja primitiva viveu a realidade do Pentecostes. As pessoas que construíram a história dos avivamentos espirituais receberam a virtude do Espírito Santo. E hoje muitas pessoas estão tendo sua experiência com a plenitude de Deus.
A pergunta que se faz é: aquele momento em que o crente foi cheio da unção divina é o suficiente? Um cristão que recebeu a renovação espiritual precisa se renovar habitualmente? Uma vez renovado, sempre renovado?
I-ELEMENTOS QUE TENTAM MINAR A RENOVAÇÃO
a) O desvio dos caminhos do Senhor. O Antigo Testamento mostra como Israel se afastava facilmente dos caminhos de Deus, Os. 6: 4-5. Quando isso acontecia, o Senhor levantava um profeta para chamar a atenção do povo, ls. 6: 8. Havia concerto e restauração.
A Igreja não foge dessa tendência de manter altos e baixos. Por isso sua história está pontilhada de reformas, avivamentos e reavivamentos. Até mesmo as igrejas locais passam por esses ciclos, 1 Co. 3:1. Há períodos de avanços e crescimento seguidos de lutas, provações, esfriamento que levam à mornidão e à inatividade.
Por isso, é fundamental que todo cristão busque constantemente a renovação espiritual para que possa prevalecer sobre as tendências humanas e sobre as ações malignas que tentam afastar o povo de Deus do caminho que conduz à vida eterna, Ef 5: 18.
b) A pressão do mundo globalizado sobre a igreja. Como instituição, a igreja, composta de pessoas envolvidas nas mais diferentes áreas, está sujeita a pressões oriundas dos altos e baixos do mundo moderno, que jaz no maligno, 1 Jo 5: 19. A globalização, representada pela revolução tecnológica, pela nova dinâmica das relações econômicas mundiais, pela implantação do inglês como língua universal, pelo avanço nas comunicações, pelo predomínio da ideologia neoliberal – tudo isso vai mudando o jeito de ser e de agir das pessoas.
E num mundo assim que está a Igreja. Ela tem de entender seu tempo e se renovar, não no sentido de se abrir para as práticas imorais ou ateístas, mas para as estratégias de evangelismo, para mensagens contextualizadas, para as propostas de dinâmica de seu culto a Deus, 1 Co 9: 22-23.
c) O afastamento dos planos de Deus. É, entretanto, na área espiritual que está a razão mais profunda para a busca da manutenção da renovação espiritual. Tem ocorrido de igrejas se acomodarem tanto que acabam se afastando dos propósitos de Deus. A membresia se contenta com o ritualismo e não busca mais a renovação, Ap. 3:16. As lideranças passam a ser governadas pela lei do interesse pessoal e não pela vontade Deus. A vida cristã começa a ser dirigida pelos desejos carnais e não pelos espirituais, Rm. 1:21-22. A religiosidade torna-se sinônimo de Cristianismo autêntico. Assim, anulam qualquer probabilidade de uma ação mais intensa do Espírito Santo. As portas ficam abertas para os problemas de ordem ética e moral e isso exige uma intervenção de Deus.
II- A DIREÇÃO DE DEUS FAZ TUDO COMEÇAR DE NOVO
a) Deus quer a renovação. E impossível deter a ação de Deus, Jo. 3:8. Quando o estado da igreja é de frieza, Deus levanta grupos de oração. São pessoas que oram mais, jejuam mais, lêem a Bíblia com mais intensidade, evangelizam mais e, conseqüentemente, ganham mais vidas para Cristo.
Eles incomodam aqueles que nada querem. Quase sempre conflitam, mas pagam o preço e vêm a constituir o foco através do qual o Senhor vai agir na Igreja e na comunidade. Assim nasceram os grandes avivamentos e também a renovação no Brasil.
b) Princípio da renovação. O descontentamento com a vida espiritual pacata e infrutífera produz restauração espiritual. A história dos avivamentos mostra que o mover do Espírito Santo sempre aconteceu em momentos de desvios da igreja de Jesus.
Na década de 60, dentro de várias denominações, muitas pessoas estavam descontentes com o estado de sua igreja e começaram a buscar as promessas bíblicas e uma real transformação da vida. Começou a existir forte paixão pela oração, leitura da Bíblia, cânticos avivados e estudos sobre a doutrina do Espírito Santo, manifestação dos dons espirituais e santificação de vida.
Como o salmista se expressou no salmo 51:10, devemos pedir a Deus: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto”.
c) Sinais de renovação. Inicialmente, há um aumento na freqüência aos cultos. Ninguém quer perder as atividades da igreja. A luz das Escrituras, a convicção de pecados pessoais apodera-se de muitos, At 16: 30, 31. Um grande quebrantamento vem sobre as pessoas e uma vida de santidade passa a ser procurada. A liberdade ao Espírito Santo prevalece em todos os cultos, 2 Co 3: 17. As mensagens são simples, mas fervorosas, cheias da unção e do poder de Deus. Para onde essas pessoas vão, levam a visão renovada. Assim nasce um forte avivamento.
d) Manutenção da renovação. A igreja precisa permanecer firmada na Palavra e persistir na vida de oração e comunhão com Deus para manter-se renovada. Assim verá constantes avivamentos e crescimento integral.
Devemos sempre procurar seguir a recomendação dada pelo apostolo: "Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5:19-20).
CONCLUSÃO
Manter uma vida de renovação diária é sempre desafiador. Devemos ter algumas disciplinas para isso, como a oração, a leitura da palavra de Deus e o hábito de frequentar a nossa igreja para sermos alimentados na vida espiritual. Que Deus nos ajude a sermos fieis.
Estudo ministrado pelo Pr Josias Moura  

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE

LIÇÃO 13 - A verdadeira motivação do crente

Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 13
A verdadeira motivação do crente

23 de setembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder, mas em viver para glorificar a Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 1.35-45.


                                                                         OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
       Compreender qual deve ser a verdadeira motivação do crente.
       Conscientizar-se de que não fomos chamados para a fama.
       Saber que o anonimato não é sinônimo de derrota.

Palavra Chave
Motivação: Ato ou efeito de motivar; motivo, causa. “conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual”. - “Motivo” - “razão de ser, a causa de qualquer coisa; o que dá força psíquica, põe alguém em prontidão para a ação; incentivo, mobilização”. O que nos move em direção a algo.

COMENTÁRIO

introdução

Damos início a o último bloco do trimestre, estudaremos hoje a verdadeira motivação do crente, ponto fundamental para que superemos as aflições vividas neste mundo. O crente, para vencer este mundo, precisa negar-se a si mesmo, o que implica em rejeitar toda e qualquer pretensão de fama e vanglória. Uma das causas das aflições na vida de muitos crentes hoje, certamente é a busca “por um lugar ao sol”. Num mundo globalizado, onde as distancias são vencidas e a exposição pessoal é cada vez mais enfatizada, onde a necessidade de “aparecer” é estimulada, caímos na tentação de parecer ter e a busca pela fama, poder e influencia procuram atrair-nos. Em Atos a Igreja Primitiva escolheu seus sete primeiros diáconos com base na sua "boa reputação" ou fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena liberação do Espírito no ministério aos outros e ao crescimento da Igreja. Hoje, aprenderemos sobre a verdadeira motivação do crente. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE

1. O crente fiel dispensa a vaidade. A vaidade (chamada também de orgulho ou soberba) é o desejo de atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem pessoal para transmitir aos outros, com o objetivo de ser admirada. Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa, por querer obter algo valioso, mas é só para causar inveja aos outros. Um ser humano invejoso, por sua vez, identifica com bastante facilidade um ser humano vaidoso, pois os dois vícios se complementam, e um é objeto do outro, uma vez que, vaidade é o desejo imoderado de chamar atenção, ou de receber elogios; presunção, fatuidade, gabo; coisa vã, fútil; futilidade, alarde, ostentação e vanglória. Em Atos a Igreja Primitiva escolheu seus sete primeiros diáconos com base na sua "boa reputação" ou fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena liberação do Espírito no ministério aos outros e ao crescimento da Igreja e Paulo escrevendo aos Filipenses 2.3, exorta: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.
2. O crente fiel não deseja o primeiro lugar. O Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, escreve em seu artigo “Motivações Perigosas para o Ministério”: É possível que alguém caia na armadilha de desejar o ministério por entender que a posição e o status conquistado forçam os outros a lhe dedicarem atenção. O desejo que um ser humano tem de que os outros o respeitem é um sinal louvável de sua autoestima. Não há nada de errado em desejar ser respeitado e admirado, mas não é a motivação correta para o ministério. É comum termos notícias de líderes que avaliam sua eficiência ministerial através de quantas pessoas da denominação o conhecem. Conheci um pastor que guardava todo exemplar do jornal Brasil Presbiteriano em que saía uma matéria com sua foto e que falava a seu respeito. São líderes que buscam a fama e serem aplaudidos pelos homens. Em 1Tm 3.1, Paulo escreve: “se alguém deseja o pastorado, excelente obra almeja”. O termo deseja na língua grega é epithumeo, que tem o significado de “colocar o coração”, “ambicionar”, “desejar”. Precisa ser observado que o objeto do desejo é a obra, o serviço, e não a posição ou status. Este foi um erro cometido por Tiago e João (Mc 10.35,45). Alguém motivado por posição elevada e pelo desejo de atenção trará com certeza prejuízo a si mesmo e à Igreja de Cristo.[1]
3. O crente fiel não se porta soberbamente. Paulo apela à Igreja de Filipos escrevendo: “Se há, pois alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão de Espírito, se há entranhados afetos e misericórdia, completais a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma (...), não façam nada por disputa, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”(Fp.2.1-3). Para isso, ele mesmo dá o caminho a ser seguido: o exemplo de Jesus que, sendo Deus, esvaziou-se a si mesmo, assumindo forma de servo, tornando-se em homem e como tal, obedecendo até a morte, e morte de cruz. O mesmo poder que estava em Jesus, age em nós hoje através do Espírito Santo. Assim, podemos crer que é possível seguirmos o mesmo exemplo. A cruz não significa nada fora de nós, mas sim o nosso pecado que deve ser dominado e finalmente crucificado! Quanto a isto, Spurgeon escreveu: “Se um homem perceber, depois do mais severo exame de si mesmo, qualquer outro motivo que a glória de Deus e o bem das almas em sua busca do pastorado, melhor que se afaste dele de uma vez, pois o Senhor aborrece a entrada de compradores e vendedores em seu templo”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A verdadeira motivação cristã dispensa a vaidade, não deseja o primeiro lugar e não se porta soberbamente.

II. NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama. Não é de hoje que a sede de posição cega as pessoas. Posição e reconhecimento transmitem uma certa dose de autoridade que dignifica o ser humano, e lhe confere status social. Fama é reputação, conceito; renome, celebridade. Celebridade é uma pessoa amplamente reconhecida pela sociedade. A palavra deriva-se do latim celebritas, sendo também um adjetivo para célebre, que quer dizer "famoso, celebrado". 2 Crônicas 19.9 traz: “E deu-lhes ordem, dizendo: Assim fazei no temor do SENHOR, com fidelidade, e com coração íntegro”. O fruto da fidelidade deve ser demonstrado na vida de cada crente, ele não pode se deixar contaminar pela sociedade da qual faz parte. O crente é o sal da terra (Mt 5.13). Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O crente e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade. A fidelidade é uma característica de quem tem fé, ou seja, de quem recebeu o fruto do Espírito Santo pela fé em Deus, através do sacrifício de Jesus. A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; Fp 1.29), ela exclui a vanglória pessoal (Rm 3.27) e  a sua operação é pelo amor (Gl 5.6; I Tm 1.5; Fl 5).
2. O problema. A única motivação do crente em qualquer coisa que lhe venha à mão para fazer é a glória de deus. A fama gera vaidade e esta, por sua vez, tira a glória de Deus e a lança sobre o instrumento usado por Ele. Seria como se alguém após ter passado por uma cirurgia de alto risco, ao acordar da anestesia, se voltasse para o bisturi e dissesse - Obrigado, tú me salvaste a vida. Quem operou? O médico ou o bisturi? Quando a fama entra na vida do crente, a graça de Deus pode sair. É patente hoje o fracasso de crentes levantados por Deus para um ministério específico exatamente pela aceitação daquelas ofertas que Jesus recusou quando foi tentado por Satanás. Tais crentes foram seduzidos e tragados pela busca da fama e do poder temporal, da efêmera glória do aqui e agora. “Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.

III. O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA

1. A verdadeira sabedoria. No início do capítulo 3, Tiago disse que não era bom que houvesse muitas pessoas querendo ser professores na igreja. Ele disse isso porque é muito fácil as pessoas tropeçarem com as suas palavras, e assim influenciarem outras pessoas de um modo errado. A piedade é a verdadeira sabedoria! Piedade que os gregos denominam theosebeian, a qual foi recomendada pelas palavras dirigidas ao homem e que se lêem no livro de Jó: “Eis, o temor do Senhor é a (verdadeira) sabedoria” (Jó 28,28). Pois, se traduzíssemos o termo theosebeian para o português a partir do latim de acordo com a sua origem, poder-se-ia dizer “culto a Deus”, o qual consiste principalmente em que a alma não lhe seja ingrata. Por isso, no verdadeiro e singular sacrifício, somos exortados a dar graças ao Senhor nosso Deus. O homem foi criado para a glória de Deus, para que Deus pudesse manifestar a Si mesmo e para ser magnificado em, através, e sobre Sua criatura. O sentimento de Agostinho, "Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti”, embora não seja uma citação da Escritura, é totalmente escriturística, conforme o que está exposto em Mateus 11.28.
2. A simplicidade. Estamos nos acostumando ao termo “Extravagante”, bem comum em nossas igrejas. Extravagância é uma ação que se desvia das normas usuais do bom senso; é excentricidade, esquisitice, libertinagem. Bom senso é algo que falta em nosso meio cristão. Adotamos a extravagância em detrimento da simplicidade, nos movemos do natural para o artificial e superficial. Transformamos a beleza da simplicidade de Cristo em extravagantes eventos evangélicos. Na contramão, temos o exemplo de simplicidade e equilíbrio na vida de Jesus que é dada como trilho a ser seguido! Oxalá fossemos imitadores de Cristo de forma integral e simples! A “extravagância ao contrário” (radicalidade) do discurso de Jesus contra as mentes religiosas contrastava com sua compaixão, amor e empatia para com as pessoas. A simplicidade dos lírios do campo, a companhia dos humildes de coração, as ministrações com emprego de parábolas com situações do cotidiano... o usual e costumeiro era o Mestre nos ensinando a simplicidade emtudo. O Nazareno sabia exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30) e é o nosso maior exemplo de simplicidade e equilíbrio no trato com as multidões. Enquanto estas o procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo, um dos elementos mais importantes na vida do crente é o equilíbrio. Extremos são perigosos, e podem deformar completamente a fé cristã. O caminho mais curto para a heresia e a apostasia é quando uma doutrina ou prática é supervalorizada em detrimento de outras doutrinas e práticas igualmente importantes. Não que não haja situações extremas em que posições radicais sejam exigidas. A dificuldade é ter sabedoria para reconhecer essas situações, assim como aquelas que exigem reações e posições mescladas de mais de um tipo de valor. A tensão entre a fé e as obras no âmbito da vida cristã é uma dessas situações que exigem equilíbrio e valorização de tudo que a Bíblia encarece, mas que, infelizmente, testemunha extremismos perniciosos dos dois lados. Sobre a falta de equilíbrio na vida espiritual o Senhor disse: “O meu povoestá sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.” (Os 4.6). Aprouve a Deus trazer o conhecimento pleno, para que pudéssemos ter, aqui na Terra, uma vida equilibrada. O nosso modelo é um só: Jesus. Não temos outro modelo. Quando o apóstolo Paulo disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1Co 11.1), ele nos mostrou que estava imitando o Senhor e que podemos fazer o mesmo! Se há alguma coisa em que devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria cristã consiste na simplicidade e no equilíbrio (bom senso) das coisas.


CONCLUSÃO
Nossa cultura, quer secular, quer e cristã, o anonimato é tomado como sinônimo de fracasso. A exposição midiática é disputada ferrenhamente por famosos tele-pregadores como também por aspirantes ao estrelato. Carece-se voltar para a Palavra, não se conformando com os padrões ou modelos mundanos impostos no presente século (Rm 12.2). Em Mateus vemos Jesus como leão, como quem tem poder e autoridade, já em Marcos, ele é como o boi, retrato do seu espírito de serviço e submissão. Lemos no capítulo 10, verso 45: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” Isso é equilíbrio na fé. O equilíbrio não é apenas a autoridade do leão, mas também a disposição de serviço e a humildade do boi. Marcos assim retrata a Jesus com a clara intenção de levar os leitores à compreensão da necessidade de servir, de sermos humildes. A pureza, a simplicidade e a sinceridade são os valores do Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos incrédulos Anônimos ou famosos, vivamos para a glória de Deus!
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Recife, PE
Agosto de 2012,
Francisco de Assis Barbosa
LIÇÃO 13 - A verdadeira motivação do crente

Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva.
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração, pesquisa e postagem no Blog: Francisco A Barbosa

LIÇÃO 13
A verdadeira motivação do crente

23 de setembro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder, mas em viver para glorificar a Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 1.35-45.


                                                                         OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
       Compreender qual deve ser a verdadeira motivação do crente.
       Conscientizar-se de que não fomos chamados para a fama.
       Saber que o anonimato não é sinônimo de derrota.

Palavra Chave
Motivação: Ato ou efeito de motivar; motivo, causa. “conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual”. - “Motivo” - “razão de ser, a causa de qualquer coisa; o que dá força psíquica, põe alguém em prontidão para a ação; incentivo, mobilização”. O que nos move em direção a algo.

COMENTÁRIO

introdução

Damos início a o último bloco do trimestre, estudaremos hoje a verdadeira motivação do crente, ponto fundamental para que superemos as aflições vividas neste mundo. O crente, para vencer este mundo, precisa negar-se a si mesmo, o que implica em rejeitar toda e qualquer pretensão de fama e vanglória. Uma das causas das aflições na vida de muitos crentes hoje, certamente é a busca “por um lugar ao sol”. Num mundo globalizado, onde as distancias são vencidas e a exposição pessoal é cada vez mais enfatizada, onde a necessidade de “aparecer” é estimulada, caímos na tentação de parecer ter e a busca pela fama, poder e influencia procuram atrair-nos. Em Atos a Igreja Primitiva escolheu seus sete primeiros diáconos com base na sua "boa reputação" ou fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena liberação do Espírito no ministério aos outros e ao crescimento da Igreja. Hoje, aprenderemos sobre a verdadeira motivação do crente. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE

1. O crente fiel dispensa a vaidade. A vaidade (chamada também de orgulho ou soberba) é o desejo de atrair a admiração das outras pessoas. Uma pessoa vaidosa cria uma imagem pessoal para transmitir aos outros, com o objetivo de ser admirada. Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa, por querer obter algo valioso, mas é só para causar inveja aos outros. Um ser humano invejoso, por sua vez, identifica com bastante facilidade um ser humano vaidoso, pois os dois vícios se complementam, e um é objeto do outro, uma vez que, vaidade é o desejo imoderado de chamar atenção, ou de receber elogios; presunção, fatuidade, gabo; coisa vã, fútil; futilidade, alarde, ostentação e vanglória. Em Atos a Igreja Primitiva escolheu seus sete primeiros diáconos com base na sua "boa reputação" ou fama (At 6.3). Uma boa reputação confirmada pelo próximo é crucial à plena liberação do Espírito no ministério aos outros e ao crescimento da Igreja e Paulo escrevendo aos Filipenses 2.3, exorta: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”.
2. O crente fiel não deseja o primeiro lugar. O Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, escreve em seu artigo “Motivações Perigosas para o Ministério”: É possível que alguém caia na armadilha de desejar o ministério por entender que a posição e o status conquistado forçam os outros a lhe dedicarem atenção. O desejo que um ser humano tem de que os outros o respeitem é um sinal louvável de sua autoestima. Não há nada de errado em desejar ser respeitado e admirado, mas não é a motivação correta para o ministério. É comum termos notícias de líderes que avaliam sua eficiência ministerial através de quantas pessoas da denominação o conhecem. Conheci um pastor que guardava todo exemplar do jornal Brasil Presbiteriano em que saía uma matéria com sua foto e que falava a seu respeito. São líderes que buscam a fama e serem aplaudidos pelos homens. Em 1Tm 3.1, Paulo escreve: “se alguém deseja o pastorado, excelente obra almeja”. O termo deseja na língua grega é epithumeo, que tem o significado de “colocar o coração”, “ambicionar”, “desejar”. Precisa ser observado que o objeto do desejo é a obra, o serviço, e não a posição ou status. Este foi um erro cometido por Tiago e João (Mc 10.35,45). Alguém motivado por posição elevada e pelo desejo de atenção trará com certeza prejuízo a si mesmo e à Igreja de Cristo.[1]
3. O crente fiel não se porta soberbamente. Paulo apela à Igreja de Filipos escrevendo: “Se há, pois alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão de Espírito, se há entranhados afetos e misericórdia, completais a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma (...), não façam nada por disputa, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo”(Fp.2.1-3). Para isso, ele mesmo dá o caminho a ser seguido: o exemplo de Jesus que, sendo Deus, esvaziou-se a si mesmo, assumindo forma de servo, tornando-se em homem e como tal, obedecendo até a morte, e morte de cruz. O mesmo poder que estava em Jesus, age em nós hoje através do Espírito Santo. Assim, podemos crer que é possível seguirmos o mesmo exemplo. A cruz não significa nada fora de nós, mas sim o nosso pecado que deve ser dominado e finalmente crucificado! Quanto a isto, Spurgeon escreveu: “Se um homem perceber, depois do mais severo exame de si mesmo, qualquer outro motivo que a glória de Deus e o bem das almas em sua busca do pastorado, melhor que se afaste dele de uma vez, pois o Senhor aborrece a entrada de compradores e vendedores em seu templo”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A verdadeira motivação cristã dispensa a vaidade, não deseja o primeiro lugar e não se porta soberbamente.

II. NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama. Não é de hoje que a sede de posição cega as pessoas. Posição e reconhecimento transmitem uma certa dose de autoridade que dignifica o ser humano, e lhe confere status social. Fama é reputação, conceito; renome, celebridade. Celebridade é uma pessoa amplamente reconhecida pela sociedade. A palavra deriva-se do latim celebritas, sendo também um adjetivo para célebre, que quer dizer "famoso, celebrado". 2 Crônicas 19.9 traz: “E deu-lhes ordem, dizendo: Assim fazei no temor do SENHOR, com fidelidade, e com coração íntegro”. O fruto da fidelidade deve ser demonstrado na vida de cada crente, ele não pode se deixar contaminar pela sociedade da qual faz parte. O crente é o sal da terra (Mt 5.13). Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O crente e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade. A fidelidade é uma característica de quem tem fé, ou seja, de quem recebeu o fruto do Espírito Santo pela fé em Deus, através do sacrifício de Jesus. A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; Fp 1.29), ela exclui a vanglória pessoal (Rm 3.27) e  a sua operação é pelo amor (Gl 5.6; I Tm 1.5; Fl 5).
2. O problema. A única motivação do crente em qualquer coisa que lhe venha à mão para fazer é a glória de deus. A fama gera vaidade e esta, por sua vez, tira a glória de Deus e a lança sobre o instrumento usado por Ele. Seria como se alguém após ter passado por uma cirurgia de alto risco, ao acordar da anestesia, se voltasse para o bisturi e dissesse - Obrigado, tú me salvaste a vida. Quem operou? O médico ou o bisturi? Quando a fama entra na vida do crente, a graça de Deus pode sair. É patente hoje o fracasso de crentes levantados por Deus para um ministério específico exatamente pela aceitação daquelas ofertas que Jesus recusou quando foi tentado por Satanás. Tais crentes foram seduzidos e tragados pela busca da fama e do poder temporal, da efêmera glória do aqui e agora. “Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.

III. O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA

1. A verdadeira sabedoria. No início do capítulo 3, Tiago disse que não era bom que houvesse muitas pessoas querendo ser professores na igreja. Ele disse isso porque é muito fácil as pessoas tropeçarem com as suas palavras, e assim influenciarem outras pessoas de um modo errado. A piedade é a verdadeira sabedoria! Piedade que os gregos denominam theosebeian, a qual foi recomendada pelas palavras dirigidas ao homem e que se lêem no livro de Jó: “Eis, o temor do Senhor é a (verdadeira) sabedoria” (Jó 28,28). Pois, se traduzíssemos o termo theosebeian para o português a partir do latim de acordo com a sua origem, poder-se-ia dizer “culto a Deus”, o qual consiste principalmente em que a alma não lhe seja ingrata. Por isso, no verdadeiro e singular sacrifício, somos exortados a dar graças ao Senhor nosso Deus. O homem foi criado para a glória de Deus, para que Deus pudesse manifestar a Si mesmo e para ser magnificado em, através, e sobre Sua criatura. O sentimento de Agostinho, "Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti”, embora não seja uma citação da Escritura, é totalmente escriturística, conforme o que está exposto em Mateus 11.28.
2. A simplicidade. Estamos nos acostumando ao termo “Extravagante”, bem comum em nossas igrejas. Extravagância é uma ação que se desvia das normas usuais do bom senso; é excentricidade, esquisitice, libertinagem. Bom senso é algo que falta em nosso meio cristão. Adotamos a extravagância em detrimento da simplicidade, nos movemos do natural para o artificial e superficial. Transformamos a beleza da simplicidade de Cristo em extravagantes eventos evangélicos. Na contramão, temos o exemplo de simplicidade e equilíbrio na vida de Jesus que é dada como trilho a ser seguido! Oxalá fossemos imitadores de Cristo de forma integral e simples! A “extravagância ao contrário” (radicalidade) do discurso de Jesus contra as mentes religiosas contrastava com sua compaixão, amor e empatia para com as pessoas. A simplicidade dos lírios do campo, a companhia dos humildes de coração, as ministrações com emprego de parábolas com situações do cotidiano... o usual e costumeiro era o Mestre nos ensinando a simplicidade emtudo. O Nazareno sabia exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30) e é o nosso maior exemplo de simplicidade e equilíbrio no trato com as multidões. Enquanto estas o procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13; Mc 1.45).
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo, um dos elementos mais importantes na vida do crente é o equilíbrio. Extremos são perigosos, e podem deformar completamente a fé cristã. O caminho mais curto para a heresia e a apostasia é quando uma doutrina ou prática é supervalorizada em detrimento de outras doutrinas e práticas igualmente importantes. Não que não haja situações extremas em que posições radicais sejam exigidas. A dificuldade é ter sabedoria para reconhecer essas situações, assim como aquelas que exigem reações e posições mescladas de mais de um tipo de valor. A tensão entre a fé e as obras no âmbito da vida cristã é uma dessas situações que exigem equilíbrio e valorização de tudo que a Bíblia encarece, mas que, infelizmente, testemunha extremismos perniciosos dos dois lados. Sobre a falta de equilíbrio na vida espiritual o Senhor disse: “O meu povoestá sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.” (Os 4.6). Aprouve a Deus trazer o conhecimento pleno, para que pudéssemos ter, aqui na Terra, uma vida equilibrada. O nosso modelo é um só: Jesus. Não temos outro modelo. Quando o apóstolo Paulo disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1Co 11.1), ele nos mostrou que estava imitando o Senhor e que podemos fazer o mesmo! Se há alguma coisa em que devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de Cristo (1 Co 2.2; Gl 6.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria cristã consiste na simplicidade e no equilíbrio (bom senso) das coisas.


CONCLUSÃO
Nossa cultura, quer secular, quer e cristã, o anonimato é tomado como sinônimo de fracasso. A exposição midiática é disputada ferrenhamente por famosos tele-pregadores como também por aspirantes ao estrelato. Carece-se voltar para a Palavra, não se conformando com os padrões ou modelos mundanos impostos no presente século (Rm 12.2). Em Mateus vemos Jesus como leão, como quem tem poder e autoridade, já em Marcos, ele é como o boi, retrato do seu espírito de serviço e submissão. Lemos no capítulo 10, verso 45: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” Isso é equilíbrio na fé. O equilíbrio não é apenas a autoridade do leão, mas também a disposição de serviço e a humildade do boi. Marcos assim retrata a Jesus com a clara intenção de levar os leitores à compreensão da necessidade de servir, de sermos humildes. A pureza, a simplicidade e a sinceridade são os valores do Reino de Deus que nem sempre são entendidos pelos incrédulos Anônimos ou famosos, vivamos para a glória de Deus!
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Recife, PE
Agosto de 2012,
Francisco de Assis Barbosa